quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Eu xinguei.

Eu xingo cara, se tem uma coisa que eu faço nessa vida é xingar. Um dia desses queimei o dedo na panela, xinguei tanto, que se a panela tivesse mãe, eu era capaz de ligar pra pedir desculpas, porque eu xingo, mas eu sou educada.

Xingamento é uma coisa que as vezes me sobra. Das frases que mais me sobram, pelo menos metade é um xingamento, pra quem não está entendendo, xingamento é como eu tô chamando o bom e velho "palavrão". Em homenagem a um taxista, que ao ouvir uma conversa minha por telefone por um determinado trajeto, ao fim disse. - Nossa! 'Cê xinga, né?.- E eu devo ter xingado mesmo, porque eu lembro dessa conversa, e eu estava bem aborrecida.

Mas voltando, eu xingo muito, essa é a verdade, a minha mãe sempre disse que isso não fica bom, pra uma mocinha. Só que tem vezes, que não dá, fica aquele palavrãozinho preso, aquela compostura que segurou aquele sonoro "vai te fuder". As vezes, eu xingo com atraso. 

Quando um  imbecil (imbecil, é todo aquele que me diz babaquices), fala alguma merda bobagem, e eu demoro pra assimilar, eu fico remoendo por um tempo, eu xingo ele quando chego em casa, gosto de pensar que nessa hora ele morde a língua, ou dá uma topada... ou engasga, confesso que torço mais pela terceira, mas isso depende do quanto eu me sinto ofendida.

Gosto dos xingamentos longos, porque você tem tempo de colocar a raiva pra fora, sílaba, por sílaba. Não gosto das palavras de baixo calão, sou mais tradicional. Entenda por palavras de baixo calão, aquelas que a sua avó nem imagina, porque as que ela imagina, são feias o suficiente, mas isso também depende da sua avó. A minha xingava os outros chamando de "corno" ou "corna", acho um xingamento retrô, e vindo da boca de uma senhora de um metro e meio, era simplesmente incrível.

Meus xingamentos são os mais tradicionais, tipo dos filmes nacionais da década de noventa, xingamentos deixavam os diálogos descolados. E isso rola até hoje, já vi altos dizeres em cento e quarenta caracteres, que sem palavrõezinhos, perdiam o fator de "descolamento" ("descolamento" vem do que é descolado). 

Eu falei tudo isso, apenas pra dizer que, eu cheguei em casa, e xinguei: Puta que pariu, que merda, hein? -  Com atraso, por causa de um cara que me deu uma cotovelada no metrô, e como eu ia contar isso de um jeito descolado, se não colocasse um palavrão?

Ele me acotovelou e doeu, exclamei um xingamento tradicional, simples. Aí ele pediu desculpas, e eu aceitei. Cheguei em casa, xinguei tradicionalmente e completo, porque, que minha mãe me perdoe, xingar é legal pra caralho!

Nenhum comentário: